A terra está morrendo.
E de desgosto.
Durante bilhões de anos ela se preparou pra receber a face do seu criador.
Ela queria ver-se contemplada em seu rosto, ver-se linda, vê-lo tomado de paixão por ela.
Ele a amava tanto, que multiplicou-se em bilhões de rostos, só para contempla-la.
Mas seus rostos se perderam em si mesmo.
O idílio durou pouco, as faces que vieram encontrar a terra acabaram se enamorando do seu próprio mistério e esqueceram a Mater.
Seus rostos puseram-se a olhar somente para o que eles faziam.
Eles a trataram mal.
Roubaram sua ciência natural.
Achando-se assim mais inteligente do que quem lhes deu sua inteligencia.
Mais belos do que quem os contemplou com a própria beleza.
Depois de tanto tempo de esquecimento do fato que vieram aqui para viver de beleza natural, os homens, assim se chamam as faces de deus, esqueceram até deles mesmos.
Só restaram imagens ofuscando a mente-fonte que a reflete.
Chegamos assim ao grau máximo de desolação.
Fora alguns poucos que porventura já estejam aqui despertos, a terra está sob o domínio de um batalhão de zumbís.
Haverá morte, choro e ranger de dentes.
Agradeça à terra por tanta beleza que você não viu.
Nem nunca desfrutou dela.
Faça isso por ela.
Sabe, ela merece.
Mesmo que você ainda duvide disso.
Atualmente, sua vontade é só de morrer de desgosto.
Mas quem sabe, se algumas faces de deus a disserem que ainda a percebem, mesmo daqui, de dentro deste caos de indiferença, quem sabe ela aceite sorrir-nos uma vez mais.
ALMA PHENIX