segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Antonio Palocci, o retorno

Eu juro que eu gostaria de confiar que o novo governo faria bem de fato ao Brasil, e quando falo isso estou pensando em aspectos importantes da sociedade brasileira como um todo, o que inclui reforma tributária (que alivie o bolso dos empreendedores e consequentemente libere aumento de salários, para que o Estado não seja paternalista e continue recriando esse sistema de paliativos com intenções eleitoreiras, utilizados pelos políticos da vez), mais verbas para o sistema de saúde, investimentos em educação que acabem de vez com o analfabetistmo (desde a década de 70 que vejo movimentos como Mobral que até hoje não deram conta do problema), investimento em segurança, estradas, etc, mas, quando vejo notícias como a de hoje, puxo o freio de mão, e ponho um pé atrás:

saiu na imprensa que Antonio Palocci integra a equipe de transição da candidata eleita Dilma Rousseff, e que ele foi o 'general oculto' da campanha dela, e que certamente vai integrar seu governo (atualização em 02/01/2011: Palocci assumiu a Casa Civil!).

Tudo bem que Palocci não foi condenado nos processos movidos contra ele por suposto envolvimento no 'esquema do mensalão', mas também a maioria desses processos continua em aberto. Ou seja, a suspeita ainda paira sobre ele.

Eu sei que ao réu é dado o benefício da dúvida.

No entanto, esse é o problema: a dúvida.

Duvidemos que ele seja culpado, mas não temos como esquecer as suspeitas, até porque foram elas, quando investigadas e apoiadas por provas testemunhais e documentais, que levaram aos processos.

Por isso, não temos certeza de que ele está livre de condenação.

Entretanto, há um aspecto que pesa contra ele, em termos políticos: tendo sido demitido pelo Presidente Lula por 'quebra de confiança' (quando era Ministro da Fazenda), exatamente por causa das suspeitas criadas pelo problema do 'mensalão', por que razão a escolhida de Lula convoca logo o Palocci para fazer parte de sua equipe?

Se ele quebrou a confiança de Lula, como é que a presidente eleita, com total apoio de Lula, escolhida por ele como sua sucessora, escolhe alguém repudiado por ele para trabalhar consigo?

E com a anuência dele, já que esteve envolvido na campanha dela o tempo todo.

Não entendi a lógica desse raciocínio!

É tipo não fazer nem questão de salvar as aparências?

Investir no esquecimento?

Se alguém tiver uma explicação para isso, por favor, o faça nos comentários.